Almas
Leves
Livres
Mesmo Breves
Brilham
Zeka Viola e seu ponto de vista ao viés
Dar ao mundo diamantes das mentes.
Amar o mundo feito amantes, sem limites, incondicional,
Ofertar diamantes.
Amar sem a mente, sem mentiras.
Tirar a mente da frente, ir adiante,
Adiantar o mundo.
Mudar o modo de ver o mundo.
Dar ao mundo corações de diamante,
Corações amantes
Antes que o mundo acabe.
Cabem no dia mentes, amantes, diamantes.
Não cabe no mundo medo, dementes, mentiras, doenças.
Cabem no dia andanças, danças, crianças,
A crença de que o mundo tem cura.
Mudar a mente das crianças, plantar a semente,
Fazê-las crer que a cura do mundo
Esta em seus corações, puros, como diamantes,
E que, com eles, amantes de um mundo terno,
Ele será eterno.Refazendo o caminho
Carinho ao repisar a trilha antiga
Cantiga entoada por ancestrais
Maestrais sulcos da recriada roça
Troça na hora dos folguedos
Brinquedos de pés nus nas águas limpas dos riachos
Cachos de uvas maduras colhidas da parreira
Correria de crianças Momento ternura
Tranças desfeitas ao vento
Pereiras Caquizeiros Alecrim Rolinha João de barro
Carreta de bois carregada de lenha rinchando rodas
Carreira de cavalos chucros
Apojo recém tirado do ubre da vaca, quentinho, grosso, sustante
Louro brando ao sol Milho verde assado na brasa do fogão de lenha
Soluções simples como sorrisos
Ovo saído cantado da galinha Abóboras de pescoço deitadas no canteiro
Lisos frutos maduros Caroço de pêssego Amendoim arrancado em rama
Puros sonhos compartilhados
Bodoque Libélulas Tacho de perada A matança do porco
Trilhados caminhos dentro do verde da mata
O finadinho O insubmisso O charque O circo A charrete
Farta pescaria de peixes tremeluzindo prata
Lebre Libra Verticot Pinico Xiribi Rebenque Palheiro
Desentortar pregos enferrujados no pedaço de trilho
Cão farejando toca de tatu
Jeca com enxada voltando na estrada
Mogango com leite Vassoura de guanxuma
Tirada água do poço para ao poente o banho Encher a talha
Lanho nas pernas de espinho ardido Roseta na sola do pé
Tremido jantar iluminado pela luz do lampião a querosene
Partido trem ao fim do verão
Perene amor de mãe esperando na estação.
Que por si
O garimpar palavras
Liberte diamantes
Que o ofício da poesia
Propicie o pão
Mesmo que escalavre às unhas o mármore
Onde inscrever indelével
Versos leves, que elevem, relevem, revelem,
Levem longe
À música das esferas, à noosfera,
Amansem as feras,
Fale a línguas dos anjos, dos homens, das crianças
Alcance,
Faça a festa sem disfarce e a alegria contagie, anime, fantasie
Ponha a verdade nua em pêlo
Pelo zelo, pelo amor, pelo desvêlo
O relevante
Sol no levante, clarificando as mentes
Sem mentiras
Com cuidados de amante
Penetre a pele
Entre rente como melodia
Pelos sete buracos da cabeça
Roce o céu da boca semeando fertilidade
Passe pelos labirintos e, ao encontrar a saída,
Faça feliz às meninas que vivem em todos os olhos