1.11.07

AUSÊNCIA

Quando ela some
Assim, feito ratazana
Espantada,
Para baixo dos desvãos,
Nem sabe o quanto me dana.
Enlouquece,
Danada,
Mouros e cristãos.
De si se esquece,
Vira fada.
Quase me come
De porrada.
Demente,
Inverte a maré,
Crava o pé,
Se agarra ao verso
Enganada.
Exagerada,
Se faz de musa.
Confusa,
Dá a cara a tapa,
Veste a capa,
Cai na sopa,
Se desfaz em letrinhas,
Sem nexo.
Sereia,
Quer sexo,
Dos anjos,
Tocar banjos,
No coral dos descontentes.
Ri indecente,
Acena tresloucada,
Faz cara de engajada.
Não tá nem aí,
Foi pro brejo.
Sozinha,
Cai na farra,
Me deixa aqui,
De quina,
Fazendo sinuca de bico,
Pagando mico,
Tolamente,
Totalmente
Sem Inspiração.

30.10.07

LÍRICA LEI

Lembrando liames,
Litigar pela língua,
Quase letárgica,
Na lenda lesada
Em latentes dialetos leigaços.
Luzir longínquos Lusíadas Lusitanos,
Lavrando na labuta,
Lascado laudo de fé,
A licença da lida,
No lícito uso da latinidade.
Louvar a levedura na latria,
De lindas ledices,
De loas, litanias, lisonjas,
De lorotas lúbricas,
Lumarando locubrações,
Letificando lúdico lufa–lufa,
Na luminescência lucina,
No luxo do lustre
Laureado da luz
Do legítimo, largo,
Nosso, legado.

25.10.07

Nunca fui tipo,
Fã de carteirinha.
Bandeira?
Nem que pintassem o mico.
Erguer altar, praque?
Se no dos outros pouco rezei.
Deuses?
Milhões deles.
Nenhum Mais Que.
Bato palmas,
Bato cabeça,
Bato tambor,
Por tudo,
Por nada especial.
Pelo que me apaixona,
Pego carona,
Vou na onda,
Virtual via expressa,
Surfo sem pressa,
Seiva dos livros.
Escalavro a unhas,
Plantas palavras,
Pele tecitura dos textos.
Expostas, prostram
Sumarentos conteúdos.
Escorrendo sílabas,
Sílfides contraditórias,
Confrontam pontos,
Interfonando razões,
Maravilhosas,
Dicotomias dicróicas
No canto da cacatua.
Caráca, maluco, que idéia!
Dilúvio extraordinário,
Abundante redundância,
Dínamo propulsor,
Motor meu,
Amor.

24.10.07

Campo Minado

O nome do jogo
É estar dentro.
Nada nas coxas.
Meia boca, tô fora.
Se for inteiro,
Me aplica.
Não complica,
Nem escorrega no verbete.
Senta a pua,
Bota na praça,
Joga na rua.
Mesmo sem graça,
Diz ao que veio.
Se for fazer,
Bem feito,
Palmas para.
Tá na mão,
Mostra na cara
O que te trouxe.
O tesão,
Firme,
Rijo,
De pé,
Fincado,
Plantado no mundo,
Fazendo finta,
Fecundo,
Espalhando tinta,
Colorindo o fio condutor,
Espargindo calor.
AAAAAAAAAIIIIIIIIIIII......
Delícias de mestre.
Talvez, por isto preste,
Abrir a garganta,
Soltar o Verbo.
Haaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!


Faunos
Flanando
Flertam.

Dianas
Distraídas
Desdenham.

Ah! Se estivesse lá!
Faria festa.

19.10.07

Frutuoso gozador

Sem paradeiro
Matreiro
Manhoso
Ardiloso
Confunde.
Quase ausente
Quase calado.
Infante falante
Folgasão
Gozador.
Sem tempo
Sem hora
Não respeita convenção.
Não pega carona
Nem manda recado.
Abraça
Feito cachaça.
Embriaga
Desorienta
Norteia
Quer ficar perto.
Tomar banho de chuva
Ver a lua
Expor a beleza toda nua.
Passeia em sonhos
Milagroso
Raro
Corisco
Arisco.
Bate as asas feito passarinho
Foge do ninho
Fecha a porta vai embora
Esquece onde mora.
É simples sem palavras
Complicado se adorado.
Tá em todos
Tá em ninguém
Todos querem um
Poucos tem.
Se esconde no insuspeitado
Se acha no inesperado
Enrolado nos lençóis
Desfraldado em bandeiras
Vai aonde ninguém mais.
É todo cheio de ais
Curiosos procuram ter.
Não se dá a quem quer.
Põe fogo.
Apaga com água fria.
Quer saber?
Ria.
To no jogo.
To querendo um.
Só pra mim.
Bem meloso,
Frutuoso,
Assim,
Simples,
Meu,
Amor!
A Débora, quem Kerr?
O Rei e eu.

Lindinha, velhinha,
Hoje morreu.

!SARAVÁ! POETINHA!

Fidelidade ao sonetos,
Eterna bossa
De Ipanema.

Olha... cantamos...
Que coisa mais linda
A graça da menina
Que passa e que vem
De corpo dourado
No doce caminho
Ao balanço do mar
Por causa do amor.

O canto toca fundo
Ossãe ainda chama
Pra dentro da mata
Mostrando folha
Protegido de Oxossi
Quer ser triunfante.

Capoeira, vem camará,
Briga de amor nunca mais.

A mulher,
A saboneteira.....
As canções
De demais amar.
O redentor de braços abertos
Sambando a benção
Porque vamos aterrar.



Embaixador diplomata
Social do mundo
Erudito popular
Encantador de debutantes
Nubente reincidente
Plantou uma obra
Árvores?
Filhos
Livros
Letras de músicas
Poemas.


Eterno enquanto dure,
Inspiração destes versos,
SALVE VINÍCIUS

17.10.07

Sem essa de palavras duras

Fico com bravuras
De doçuras,
Canduras,
Ternuras,
Levezas
e Purezas
Farfalhantes.
Sussurros
De segredos sofisticados.
Alvura de algodão.
Mão na mão morna.
Calma certeza de alma
Limpa inteira.
Eterna água escorregando montanha abaixo,
Estrelas fixas no firmamento,
Verde floresta povoada da bicharada,
Gente encantada,
Crianças enluaradas,
De pézinhos gorduchos,
Fofuchos.
Cochicho
na concha Mar
na orelha Amor
......Lã..... ovelha... balindo... balindo.
Brilhinho
Bombom.
luzir.........língua.........mãe
Margem de rio limpo,
Saudável alegria líqüida,
Mergulho profundo.
Mundo vasto mundo!
Há! Como gosto de ti!
Surpresas
De estar vivo,
Vinde a mim.

ORDEM E PROGRESSO

Reféns,
De um Presidente omisso,
Vendedor, mascate do Etanol,
que nunca vê o que está acontecendo;
De um Congresso Balcão de Negócios,
Partidários, Públicos, Privados;
De Parlamentares corrompidos pelo sistema.
Lobistas Vorazes,
Oferecendo Propina,
Propalando Verbas.,
Cobrando Influências.
Beneficiando Empreiteiras,
Viciadas em ganhar Concorrências,
Fraudando os Cofres Públicos,
Frustrando o Contribuinte,
Não construindo o que prometem.
Esperando uma escola,
Ficamos burros;
Um hospital,
Morremos nas filas;
Uma estrada,
Derrapamos na curva mal traçada;
Caimos na vala negra
Dos esgotos à céu aberto.
Que nada disso importa, já sabemos.
O ministro aceita a verba e compra outra fazenda, mata a mata e planta, boi, soja.
A ministra diz: Relaxa e goza!
Trancados dentro de casa, o cidadão que paga seus impostos, para que a máquina do estado funcione, com medo de sair à rua para não ser assaltado pelo adolescente que não freqüenta uma escola que não oferece perspectiva de futuro que se arma e sai roubando um celular um relógio qualquer para dar de comer ao filho não esperado esperando na casa destas amontoadas em construções mal acabadas de cubículos espremidas nas subidas dos morros da cidade crescendo sabendo das dificuldade que terão de enfrentar pela sobrevivência desleal e por causa disto é preso é espancado é atirado em delegacias superlotadas vai pro presídio-escola de pós-graduação do crime e espera de um julgamento que nunca sai porque...
O juiz legisla em causa própria, e...
Quando apanhado no desvio da verba vai pra Miami,
não é julgado,
é aposentado,
com direito a vencimentos de Magistrado.
Assim, ficamos assim:
Reféns:
Dos traficantes
que fecham as vias de acesso aos aeroportos,
porque fica a meio caminho do caminho do seu comércio,
armas e drogas.
Dos controladores de vôo,
Que brigam para ver quem tem controle sobre o espaço aéreo,
Civis ou militares.
Então, não entramos no avião,
Porque eles não decolam.
Não podemos sair do aeroporto,
Porque os traficantes querem as estradas livres,
E de dentro dos presídios,
Pelo celular
Eles exigem resgate por falsos seqüestros.
Dentro do carro,
Pagamos aos cartéis da gasolina adulterada,
E emperramos o caminhão
Nas estradas esburacadas,
Onde as riquezas do país não rodam.
Cúmplices no conluio da corja dos vendilhões do templo,
Fatiando nossa Amazônia,
Enriquecendo na troca, em espécie,
Das espécies, únicas, que lá existem,
Assistimos, Impávidos Colosso,
A ruína dos destroços,
Pelas imagens digitais
Da Rede Globo,
Da nossa incompetência
Para administrar
O Paraíso Tropical,
Que desde a carta de Pero Vaz de Caminha,
Diz que ....nesta terra,
em se plantando tudo dá......
Dá sim, pros outros.... pros Gorilões, os Poderosos.
E pra nós, o zé povinho,
Brava Gente Brasileira,
que faz desta terra,
Com o suor e os calos na mão,
O Gigante Pela Própria Natureza,
Sobra o que, do Progresso?....
Abre o c. que vai o resto.

16.10.07

Desalinho
De linhas tortas
Portas abertas
Oferecidas
Como laranja
Na estrada madura.
Calada escalada
Vertigem do vácuo
Eco Oco
Muxoxo choco
Lento deglutir
Há! O porvir....
Será melhor?
Lento,
Para além da longevidade
De tartarugas,
Constante Inconstante,
Variante,
Como o verter-reverter
De marés.
Com os pés atolados na realidade,
Verdade de realismo sem rei,
Lantejoula pesada como tijolo,
Pregada em obra aberta,
Ópera pândega,
Pantomima de embuste,
Carente de ajuste,
Crê que medra.
Tremendo de medo,
Cria limo.
Lamenta o peso da gravidade.
Medíocre, medita,
Não conclui.
Gaiato, gaio, toca gaita.
Provoca provas.
Ordinário, ordena imperativo.
Hiperativo, desfila
Flora e fauna.
Deflora sonhos.
Desvanece ao deus-dará.
Geme dores,
Tece cores.
Gesta, cria, gasta, sobra,
Esgarça quando abraça.
Sufocado pede sufrágio,
Contadores, medidores,
Regulagem.
Senão, some solto,
Sem freios,
Secular,
Secretando seiva
Vital.
Marginal,
Perdido,
Se encontra no infinito,
Com paralelas,
Ou nas abertas janelas
Vendo voar o vento.
Enquanto escrevo sobre,
Fico sem,
Porque dele,
O que foi, nem vem.
Quem?
O fugidio,
O próximo, o distante,
O vadio instante,
O Tempo.
Vige!
Edwige!
Santa!
Salva!
Livra o meu!
Amém!

15.10.07

Í letra dá

Inicie
Invente
Inverta
Intencione
Inclua
Inove
Imprima
Idealize
Iguale
Imagine
Içar
Ir
Iluminar
Ilustrar
Identificar
Impulsionar
Improvisar
Inaugurar
Incluir
Indagar
Indicar
Infinito
Inspiração
Instaurar
Instante
Instinto
Instruir
Insuflar
Inteiro
Inteligente
Íntegro
Intacto
Integral
Íntimo
Invocar
Irmandade
Irromper
Itinerário
Intrépido..............................................interessante intento inserido.

14.10.07

Aos deuses do teatro

Tive o privilégio, ainda adolescente, de assistir no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, entre outras tantas montagens, o gênio indomado, Paulo Autran, em Medéia, junto com outro talento, ainda em ação, Cleide Yaconis.
Ainda não atinava para o histórico dos dois, ou dele, que é de quem estou falando.
Mas ali, naquela representação, que para meus olhos ainda destreinados, inexperientes , sem criticas, que o tempo traz, me pareceu impressionante a força daquele homem, cruzando o palco vestido de soldado romano, Jasão, dizendo o texto, uma tragédia, me levando a viver o drama dos personagens, me marcando profundamente.
Anos depois, vindo ao Rio, numa viagem de férias, fui assistir no Teatro Adolfo Bloch, da extinta TV Manchete, O Homem De La Mancha.
Isto então foi uma festa para os sentidos.
Antes de entrarmos na platéia, havia uma exposição de quadros, uma coletânea, não lembro mais. Mas lembro de como os quadros eram iluminados, com holofotes que incidiam somente sobre o quadro, deixando a sala em volta envolta em penumbra.
O teatro, recém inaugurado, era de primeiro mundo, moderno, ao menos me pareceu, porque vinha de assitir funções, além de no neoclássico São Pedro, no porão que era o teatro de Arena de Porto Alegre e do outro, modernoso, que hoje se chama Teatro da Ospa.
O espetáculo, um musical, trazia ainda dois outros monstros do teatro, o baixinho, histriônico, gigante, Sancho, Grande Otelo, que Deus o tenha, e a ainda viva e multioperante Diva, ali Aldonza, Bibi Ferreira, que já tinha visto no inesquecível My Fair Lady.
E ele, Dom, enfrentando moinhos imaginários.
Com o tempo, fui me inteirando da trajetória deste homem, lindo espécime de macho, encantando a mulherada por onde passava, que viveu de e para o teatro.
Um deus dormiu lá em Casa, com Tônia Carreiro, os filmes e as dezenas de peças que se sucederam, as participações inesquecíveis nas novelas da televisão.
Enfim, fica aqui meu registro de que este homem não me foi indiferente. Aliás, fez toda a diferença.
Com seu ofício, fazendo rir ou chorar, emocionando, fazendo refletir, levando a outros mundos, ele construiu um mundo, que certamente ficará na história deste país, dito sem memória.
Numa carreira vitoriosa, valorosa, que poucos outros podem bater no peito e dizer eu fiz, porque se sabe das agruras, desventuras, da vida mambembe, sempre de pires na mão, de que o exercício dela obriga, ele levou, digno, a loucura sã, o bichinho que rói a todos que entram nesta, acompanhando mudanças fundamentais do país, aos palcos, aos corações e mentes de gentes de norte a sul.
Sessenta anos, é muito tempo, uma vida, a vida dele, dedicada a uma profissão ingrata, para poucos, privilegiados, cujo prêmio maior é o aplauso.
Aplausos, intermináveis aplausos, ovação, bravo Paulo Autran.
Merda para você nesta nova estréia.
Que os anjos te recebam bem e te conduzam ao lugar a ti reservado, o Olimpo dos Deuses.
E que teus pares, te ajudem a curar teu único, que eu saiba, defeito, o vício do tabagismo, que afinal, vencedor, te levou de nós. Mas, de uma coisa ou de outra, todos vamos, e se ele, o cigarro, te ajudou a construir o personagem, ficou nele, e agora, terminada a cena, desvestido o figurino, retirada a maquiagem, fechado o pano, apagados os holofotes, fica esquecido na minha lembrança, que guarda só o melhor de ti.

12.10.07

SALVE RAINHA

Salve! Senhora,
Mãe Geratriz Motriz.
Aparecida, saída das águas,
Iemanjá, nascida das águas.
Negra trazida pelo branco,
Branca trazida pelo negro.
Protetora, abre teus braços,
Acolhe, nos teus seios, conforta,
Ilumina nosso caminho.
Dai o pão e o vinho,
Do sacrifício diário.
Faz do nosso ofício
Obra de Louvor.
Que em nome do teu amor,
Teus filhos
Vivam em Paz.
Amém.

SENADO FEDERAL: Qualquer coisa, pra lá de Teerã...

Diz a lenda que:
Em caso de dúvida
Vale o escrito.
Mas se tudo fica pelo não dito,
Desdita de nossos tempos,
De que vale o papel e a caneta.
Teclado, calado!
Fios de bigode, pode?
O que era relevante,
Passou por aqui, como desgraça, à cavalo.
Calo, e seu argumento é vazio.
É apenas mais valia do momento.
Qualquer coisa distante...... lá no Alto Plano.
Monstro mutante, o escrito,
Se adapta às circunstâncias,
Cria novas instâncias,
Entorta, verga mas não quebra.
Leva as regras as raias da loucura.
Descobre sempre novas brechas,
Rachaduras, brochuras.
Sustentado na lei, flex,
Flui ao sabor das interpretações espertas.
Se apoia em precedentes,
Contrapõe correntes, vertentes.
Puxados por carrinhos,
Quando digredido em zilhões de palavras,
Impressas em letrinhas sobre papel,
Árvores, florestas, abatidas,
Corre solto nos corredores,
Em terra de Malboro,
Indo do nada pra lugar nenhum,
No território Free do livre atirador,
Locupletando a verborragia dos discursos,
Para ouvidos moucos,
Ocupados com celulares,
Vive apenas o instante do foco.
Depois, difratando os holofotes,
Escudado no mote de Inês é morta,
Entorta e some na vastidão,
Porão, capital,
Da memória curta,
Da premência da massmídia,
Perfídia da massa desassistida,
Que, como avestruz,
Deixa de fora o cuz-cuz,
Na reta da bala.

Afinal, Ele soltou....temporáriamente, diz, mas saiu.
Ufaaaaaaaa!!!!! Que fôlego de gato escaldado.
Mas também, se sabe que em terra de analfa, incostitucionalissimamente, só pode ser palavrão.
Uiiiiii!!!!!!!!! Que me.da!!!!!!!!
FEITO ASSIM...

Navegar tuas águas,
Espraiar minhas mágoas.
Expor minhas penas.
Explaná-las apenas.
Depená-las feito galinhas d’Angola,
Bocó da mola,
Gritando to fraco to fraco.
To um craquelado em caco.
Tenho ganas de degolá-las,
Extirpá-las.
Reparti-las feito mosaico bizantino.
Legítimo cretino,
Não junto lé com cré.
Quero mé.
Quero sair do limo.
Quero mimo.
Abraços e um quejo,
Pra rimar com bejo.
Hiperurbanismo do meu coração,
Dou toda vazão,
Dizendo quero o malhor
Na telha do meu amor.
Sei lá como, creio,
Não pode ficar mais feio.
Esgarçado feito tecido finório,
Cara simplório,
Me desfaço em fios,
Escorrego feito rios.
Entrelaço meu entulho,
E dele, nem me orgulho.
Carrego-o feito trouxa,
Que de tão frouxa,
Se esparrama,
Como batatinha em rama.
Escorraçado feito cão chutado,
To malamado,
Querendo chá de colher
Um sentimento qualquer,
Fazendo estofo no peito,
Meio assim de um jeito
Gordinho, feito urso de pelúcia,
Da minha mesma súcia.
Suburbano quero o humano.
Súcubo sucumbo súdito.
Para provar que sou sincero
Digo logo o que quero.
Completo, me atirando aos pés.
Mesmo que tudo, seja feito assim, ao revés.

11.10.07

Olá!!!


Oi, cumpadre! Tudo bem? Passamos aqui para dar um abraço e trocar dois dedos de prosa. Nem vai dar para saber de todas as novidades, é que vamos viajar e ainda temos que arrumar as malas. Deixamos um recado lá no grau-dez dizendo que íamos passar aqui antes da viagem.
Apesar da visita relâmpago, foi ótimo vir.
Felicidades e um grande abraço do João e da Maria.

A PALAVRA



Preenchendo a boca
Com vocábulos
De sumarento conteúdo,
Salivando,
Separo o joio do trigo.
Desfazendo travos
Revogo atos
Injuriosos,
Infames.
A força da palavra,
Bendita,
Livra,
Salva.
Maldita,
Condena,
Degreda.
Transpõe barreiras,
Cria mundos,
Vai à Roma,
Diz amor.
Mói, Rói, Dói.
Confunde Infunde
Aplaina Desnivela
Sela Mela
Derrete Endurece.
Carece de atenção.
Expatriada de patriamada multiracial,
Mix pantagruélico,
Empobreceu
Ficou flácida.
A flor do Lácio,
Fina,
Finou,
Lassiou
Lascíva.
Degringolou degradada.
Num engradado de cerveja,
Cruza pracas expricativas.
Atropelando as gentes,
Gentios sem brusa,
Pedalando bicicretas.
Incautos.
Incultos.
Não contam
Com o poder mágico
De seu divino conteúdo.



Perder o prumo,
Entortar o rumo.
Ficar sem noção,
Perder a mão.
Encontrar a vazante,
Voar rasante.
Derrapar oblíquo,
Trombar profícuo.
Pegar pesado.
Ficar arrasado.
Inclemente me incluir,
Baixo,
Bagaceiro.
Bulir
Teus vícios,
Teus istmos,
Fissuras,
Comissuras de sua costuras.
Tuas conjuras,
Agruras de teus ângulos,
Obtusos,
Nebulosos.
Irreprimíveis baixios.
Píncaros de sacrifícios.
Artifícios da manha.
Permutar perpétua profusão.
Incluir incógnito,
Ígnea bandeira.
Calcar miscíveis
Miúdas miscelâneas.
Desrespeitar a regra,
Infringindo inflexível,
Incluir,
Mole manga madura,
Candura de laços,
Abraços.
Com conluios,
Conjecturas,
Consolidar a língua
No céu da boca.
Boquirrotas flâmulas
Incendiando constelações
Do firmamento.
Casamento do pensamento
Incidindo no ato concreto,
Objeto direto,
Papo reto.
Mutante aberração,
Em constante injúria,
Perjura interpretações.
Falseia.
Renega.
Falena, falha na hora H.
É agora, fala!
Ora, ora....
Apenas PALAVRAS...PALAVRAS...PALAVRAS...

7.10.07

Enviesado,
Meu poema
Denuncia,
Delata,
Na lata.
No lato
Senso Lavrado,
Escalavrado
De medo
De mal-entendidos,
O verbo,
Vivo,
Direto,
Transitivo,
Transido,
Constrangido,
Só transa,
Trêmulo
Com preservativo,
Por causa do gerúndio,
Imenso latifúndio,
Do sem fim
Do nosso querer.

5.10.07

LÍNGUA DO T

...........................
TAPIIRA O mesmo que anta
TAPINAMBABA massame de linhas com anzóis
TAPINHOÃ árvore
TAPIOCA fécula da raiz da mandioca papagaio de papel peixe
TAPIOCABA marimbondo
TAPIOCUÍ farinha de tapioca
TAPIPITINGA formiga
TAPIR anta
TAPIRANGA ave
TAPIRAPECU planta leguminosa
TAPIRETE tapir
TAPIRI choça
TAPIRIBA cajá fruta
TAPIROTÉRIO fóssil mamífero
TAPITI roedor
TAPIZ tapete
TAPIZAR relva de flores
TAPONA pancada
TAPSIA planta medicinal
TAPUA macaco
TAPUIU gentios inimigos
TAPUIRANA tecido de redes
TAPUÍSA choça
TAPULHAR entupir tapar
TAPUME veda cerca vela
TAQUARA gramínea bambu
TAQUARI cachimbo espingarda......................
ISTO PODE SER LÍNGUA DE ÍNDIO isto pode ser língua de branco

APoema é nome de índio

Dos teus lábios,
Jorram palavras,
Que eu,
Como o mar,
Recebe,
Engole,
Em pororoca,
Tudo que o rio,
Em seu curso,
Gesta,
Cria
Ondas de amor.
Surfista encantado,
Sonho beber
Saliva da tua boca
Como água de cachoeira,
Que flui cristalina,
Escorre
Desliza,
Murmureja,
Tímpanos a dentro,
Como em fendas,
Abertas na terra,
Recém lavada,
Por chuva torrencial.
Renovando,
Revivificando
Campos arados
Prontos a receber
Idéias sementes
De fartura,
Abundância.
Ideais compartidos
Férteis de prosperidade.

2.10.07




Contra a truculência da ignorância não há reza que de jeito...

Vide monges de Mianmar.




Noite e Dia Dia e Noite



Caminhando pela madrugada da cidade ela corre desabalada dentro dos automóveis as expectativas noturnas passando por esquinas entrando em quarteirões intermináveis de bares lanchonetes gente acoplada sentada nas mesas conversando vem um ônibus Passeio e aí tudo voa nas vitrines da calçada letreiros apagados no banco ao lado um probable namorable olhada de soslaio que lacaio sem papas na língua faz pergunta de gringo qualé mané já é simbora pro samba lá só tem bamba e a música rola solta e de quebra tem caldinho pra sustança e umas mulhezinha gostosa se tomá umas cervas elas chega na boa e a gente vê se sai requebrando o esqueleto no molejo do tantã no arrepio da cuíca o repinique do tarol e tira o cerol dessa linha da pipa garoto vai cortar pescoço do motoqueiro que tá lá pra negócio senão tava só curtindo mina no cafôfo cherando da pura de vez em quando um black pra acalmar a onda que passa na praia longe depois do asfalto e aqui do alto dá ver a vista que dispista o que se passa na pista tudo passa rápido de novo quem vai vem quem vem vai é um passa passa toma o teu da cá o meu mundo com mais valia naquilo que lhe interessa e se acha no direito de possuir um I Pode pra poder se comunicar distrair produzir sem sair e movimentar o lugar transitar por todas as esferas da atmosfera ser fera em tudo e de tudo participar estar no núcleo no conteúdo nos grãos de areia sombreados já na tarde poente fotografar a formação de nuvens só sobre o monólito o vento revoltando a espuma aspergindo azuis sobre peitorais matizados de bronze em peles de jovem potências de novos centuriões moldados malhados guerreiros de cabelinhos à soldiers on the desert que curtem surf futvolei frescobol papo paquera e todos falam minutos intermináveis nos inseparáveis celulares porque sempre tem alguém querendo saber qual é a boa ou algo sobre alguma coisa alheia mas se tinteressa os discos voadores já passaram a muito tempo e agora estamos por nossa conta ou tu conta o que tu tá fazendo pra coisa melhorar ou depois não vais querer descontar no outro porque não alcançou a tua estrela tão dentro de ti e ela te traiu e não luziu por conta das contas que tens que acertá contigo mas bola pra frente mesmo "sentindo frio em minh’alma te convidei a dançar" alías foi você quem primeiro "pôs os olhos grandes sobre mim" com gula "mastigou triturou deglutiu" depois cuspiu pro lado a fibra que sobrou e nem sei o que faltou pra virar bagaço mas eu acho que tá bom eu que dei mole pr "a marvada carne" então blogspots à parte que me importe se faço bem em te deixar contente sei que faz diferença um dia na vida da gente e só de olhar pra ti vale ter vindo e estar bem aqui bem agora na hora h em que fazes pose de bonito pro meu olho olhá e "olha que coisa mais linda" "vem chegando o verão" meu coração varão vagabundo sussurrando obscenidades no meu ouvido murmurejando eu quero beijar abraçar logo fazer carinho um ninho casá e ao mesmo tempo quero distancia pra olhar com binóculos ósculos de pássaros nas árvores gorjeando trinados apaixonados pra alegrar o dia mia gato pau nele que assim o picapau levanta vôo........

29.9.07

Quando penso em aventuras....
Sigo o mapa
De estrelas,
Que compõem o signo.
Aquário,
Onde mergulho.
Seres abissais,
Missais,
De religações galácticas.
Fronteiras,
Vertentes,
Tangentes,
De mundos paralelos.
Elos,
Cacos,
Ossos,
De antigas civilizações,
Apontando
A física quânticA
Contida nos astros.
Quando penso em aventuras....
Bebo o som
Cascatas,
Que jorram dos lábios.
Nascentes,
Onde minas,
Diamantinas lavras
De cristais,
Fractais,
De eras desveladas,
Levam a alternâncias
Entre o convexo e o côncavo,
A arestas
E frestas,
Do aqui e agora.
Quando penso em aventuras....
Oro salmos,
Mantras,
Oráculos,
Poções do amor,
Resumindo,
Reunindo,
A química
Revelada,
No abraço ancestral.
Quando penso em aventuras...
Miro o azul,
De fagulhas,
Cintilando,
Dos olhos planetas
Onde big-bangs
Remetem,
Arremessam,
Ao início,
Meio
E fim,
Ígneo,
Magma,
Lava.
Onde tudo arde,
Incandesce,
Vai ao fogo,
Cozendo dragões da maldade,
Refazendo veredas,
Nas salamandras,
De luz e sombras,
Que animam o que somos.
Quando penso em aventuras...
Parto
À parte apartada,
Apertada,
Partida,
Repartida,
Compartilhada,
Em idas e voltas,
Ao centro,
Onde entro,
Entrono,
No ovo,
Primevo,
Primeiro,
Sopro,
Primitivo grito,
Multiplicado ao infinito.
Quando penso em aventuras...

28.9.07

FANTASIAS


Fui com o tempo, construindo uma história.
Fazendo fantasias em mim, com as histórias dos outros.
Ainda não sei quem sou, ou o que estou fazendo aqui.
Mas nem por isso.
Se minha sabedoria é antiga, !paro de fumar!
Basta o monóxido de carbono empesteando a atmosfera.
A esfera tá rachando.
Mas, as fantasias, carecem de imaginação.
Com memória curta, os personagens acabam semesclandonumesmo,
Numa vida, a minha.
Música de cravo, tocando no rádio, explorando a sonoridade do instrumento.
Em frente ao computador constato: Modernidades!
O futurochegou.

A Grande Rede.
O Grande Irmão, de olho em tudo, sabendo tudo.
Seus passos, seu passado, o que você come, quem você ama,
Ou vice-versa do verso, quem você come e o que você ama.
As horas, clic, clic clic, engolidas nas páginas do mundo virtual,
Testemunhas desse tempo e personagens.
Aí, se pode ser múltiplo, plural, superlativo de si.
Avatar.
Tenho fome e a música fica um pouco destoante.
Vou fazer um prato de macarrão ao alho e óleo.
Volto em tempo de relatar qualquer coisa, causos.
Consulto o I Ching, que diz;
O pequeno declina, está vindo o que é grande e bom.
Sucesso e boa fortuna.
As forças celestiais e terrestres estão em comunhão.
Só por isso, já vale a pena.