24.10.09

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL



Dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes:

1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo

2. São levadas por valores. São idealistas

3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade

4. São holísticas

5. Celebram a diversidade

6. Têm independência

7. Perguntam sempre "por quê?"

8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo

9. Têm espontaneidade

10.Têm compaixão


11.10.09

A FORÇA REDENTORA



O canto dos galos anunciam
As madrugadas das minhas vigílias
Para o dia do juízo e da condenação
A morte-renascimento
A liberdade e o destino
Inapelável
A plenitude da vida e a proximidade da morte
Posso escolher
Posso recusar
O total altruísmo
O total egoísmo
A força e a fraqueza
A alegria e a angústia
O tormento e o êxtase
O verdadeiramente importante
O supérfluo
O essencial
O tolo
E deixar a emoção tomar conta de todo meu corpo
O estômago
Os músculos
A pele
Até a última célula
Como uma força redentora que tudo transfigura
Que não pode ser acabada
Não pode ser modificada
Não pode ser transferida
O maravilhoso despertar
O próximo e ao mesmo tempo distante
O instante de te ver chegar
Como a Terra Prometida
A entrada triunfal
Na minha vida
De um amor

8.10.09

A VIA LÁCTEA AO FUNDO



Agora sei que não virás porque não mais te interessa o nosso refúgio no meio da tarde que pouco te importam os suspiros embevecidos de tua não presença a crença no teu amor desvaneceu desceu a noite negra rasgou o ar o açoite da dúvida a angústia nublou-me os olhos e os folhos caducos caindo das árvores varridos pelos ventos outonais viraram páginas inúteis na paisagem desolada assolada pela desatenção da ausência de teu vulto oculto no anoitecer tecido de ânsia esfarrapada em rosas despetaladas por a muito esquecidas nos pátios baldios bordados em cristais multifacetados cortantes como facão de facção armada e em pé de guerra como a terra jogada simbolicamente sobre o caixão a pá de cal que encerra as cerimonias sem mais adendos ou remendos aos restos de uma relação já tão pisoteada quanto um capacho onde nem mais cachorro vadio vai dormir suas pulgas às madrugadas vazias de afago nem um trago tragaria a dor ou traria nova cor ao rosto desfeito no leito banido ao deserto assolado pôr sua sede tórrida trazendo no sibilante siroco ecos da falta do teu corpo amado esparramado pôr inteiro nos azuis estrelados tecidos lençóis de linho e lanhos não riscando minhas carnes de tuas unhas loucas em advertências claras abruptas dos rompantes sem atenuantes raspando aplainando o caminho preparando tua vinda tua ida tua chegada ao gozo gargalhando depois em razão confessa da brutalidade do ato que lhe queimava as faces fremindo flâmulas em convulsões de agonia e prazer arrancando de mim arranjos novos tal navio desgovernado sobre ondas de maremoto em remotos mares orientais arrastado pelos costados onde embarcado marinheiro desorientado sou assaltado pôr frêmitos eruptivos ativo vagando vagas vazando vertendo em transe troando tremulo tombando sobre soçobrando abrandando bradando meu amor margeando amargas lembranças na quase ânsia de chorar chamando teu nome nos escombros do meu drama de bêbado de tragédia e cai o pano de um ato findo atirada do revólver a bala imaginária que mata o marginal segredo que mantivemos mergulhados como apaixonados seres sargaços largados às correntezas inchados de uma gravidez de ternura alimentando as imagens de um sonho em que seríamos a aventura e nada além de nós que críamos o mundo e espantados com nossa beleza pensávamos estar nos vendo num espelho tendo a via-láctea por pano de fundo.

2.10.09

CRIADOR



Como não sou Deus
Mas querendo revelar-me criador
Escrevo para bastar a mim mesmo
Escrevo para meu próprio prazer
Escrevo os sonhos da minha particularidade
Como exigências de comunicação
Para afirmar minha solidão
Para que os outros me adotem
Para convence-los de minha existência
Através de minhas virtudes e meus defeitos
Me exponho a procura de leitores

1.10.09

SONHOS EM PALAVAS



Com letras enfiadas nos bolsos
Mergulho fundo na fantasia
Nascida do próprio sonho.
Sonhos de palavras.
Abro o armário de fetiches
Onde as palavras ainda úmidas
Brilham
Com a excitação que desprendem
E me levam ao paraíso.
Prisioneiro da excitação
Rejeito a realidade
A lógica.
Vou do estado do sonho
Ao sonho despertar
Deixando marcas grafadas.
Dos sonhos mais monstruosos
Evoco e crio a minha platéia.
Sonho que escrevo
Escrevo que sonho
E o escrever me acorda.