29.7.09

TE ENCONTREI




Descrente,
Ciente do tempo,
Atento mas distante,
Te encontrei.
No instante que te vi, soube.
Coube no que já nem esperava.
Procurava por mim.
Afim
Afinado
Pronto para ser tocado
Amado.
Bonito como granito,
Leve como pluma voando breve ao vento da primavera.
À vera.
Eras de dons,
Todos bons.
Éons de carinhos.
Indicativos caminhos
Levam ao ninho.

26.7.09

BONITO



“What can I say to you ‘bonito’?
What magic words would capture you?”
Uma vez que meu olhar já não tem a força da bala disparada de um colt 45
para te fazer cair fulminado pelo meu sex appeal
Por mais que apele esfole a pele arme arapucas funda a cuca
o corpo trai e não mais atrai como um imã
Irmã do tempo atribuo à lonjevidade pertencer à tribo
Dos que já trilharam lendas
Braçaram largos lagos
Cruzaram linhas de trem
Ter transitando por mundos inacreditáveis
Faz tremer quem arrecém está começando a engatinhar
Gatinho e seu novelo de lã
You are one beautiful boy
Bonito bólido sólido solevando resplandescente na luz da manhã
Mãnhas tramas tralhas ao vento voando em vão
Não lamento a vazada juventude
Virtual virtude do atual viver
Like a soft visible mist
Insiste em mentir quem diz que não importa
Que a porta está aberta prá quem quer amar
Então, onde andará o meu amor?
Wherever you are, came! Vem!
“Fly away with me ‘bonito’!
If you want’s let me be your man!
Don’t be afraid to fall in love with me”.
Vem e me traz tua alegria!
Joy boy!
Are you read?
Came now!
Vem bonito!
Vem!

22.7.09





O CAUSO DAS CONTAS



As contas que se acumulam
Não levam em conta
O quanto me dano,
Nem o dano que causam a poesia.
O cúmulo da causa é a pausa.
Preso num enredo sem ponta,
Não aponto uma sílaba,
Um vocábulo,
Quanto mais uma fábula.
Confabulo com os botões,
Entretido em tirar a prova dos nove,
Nem novena,
Tresena,
Ou uma megasena,
Dariam conta do estrago.
Por falta do afago,
Entrego meu humor ao desamor,
Acho tudo um horror,
Erro os erres da língua
O verso fica à mingua
Destilo mágoa

13.7.09

PERFEITO



Seu jeito se encaixa
Perfeito
Nos meus defeitos
Apraz ao abraço junto ao peito
Seu fisic de role
Bole mole mole
Com meu fole
Me inspiro
Transpiro
Piro
Parado na sua
Nua beleza
Crua
Cruel agudeza
Tua grandeza
Alça minh’alma
Transpassa a calma
Reclama chama
Chama pra cama
Exclama enleio
Permeia permissivo
Remissivo ao céu
Redime
Exime exame
Chameguento chameja
Envida vigoroso embate
Vidente torna evidente arte
Ente divino dá
Resgata
Ata
Rasga o ato
Atordoante ator
Torna
Adorna
Doa
Atrela
Estrela!

4.7.09

LABIRINTOS



Pelos descaminhos de Dédalo
Desandei.
Debalde,
Decadente,
Deambulei
Diluto,
Lutando contra a melancolia.



Na beira da estrada,
Sem querer encontrar nada,
Uma vermelha metade de melancia,
Como peneira de escória,
Me refrescou a memória.
Lembrei da alegria.