9.5.13

FLUT



Meu coração em rio não desagua nada nada tudo bóia suspenso supresso a deriva vira vau vaza tinto rubro sangue ruge disrítmico range dentes rasga a carne arde ainda que tarde Covarde dádiva Despe mais um dia Diamantada dama Vem à noite Vadio Vago! Te queria aqui Quisera ainda mais ter-te meu amado para que domado possa mimá-lo lambê-lo como cria creia bebe-lo belo levá-lo a lonjuras as mais puras juras eia como queria rir contigo contíguo vertigo vê-lo verter sem tir-te nem guar-te aguardar-te aguar-te agrandar-te agradar-te dar-me todo a ti Ser teu servo Servir-te blues na bandeja um dejá vú de delícias as mais caras caraminholas carinhosas casa odorada de rosas rosa chá chamá-lo amor orgulhoso oferecer-te salivados beijos jocosos sopros cordato interlúdio do vento na orelha tema de cordas para violar largo largado perpétuo movimento motivação humorosa variação para flauta flute de espumante flutuação ação carregada de significado magnífico fico extasiado a imaginar-te imarginado flamulando em lençóis estendidos em sóis dois caracóis em espirais aspirando ares de ais concertantes instantes bons oboés oba é reprise do tema para dupla de baixos sem baixar a guarda nada guardar nadar azuis sinfonias sim arfar farfalhar flamas flanar no limbo liberar lábios lóbulos bulir balir blasfemar marcar em migratórias longitudes magnitudes tais das quais seja impossível retornar...

28.2.13

CENA I



Claquete, Cena I Ação! Na plataforma do metrô, Por trás dos óculos escuros, vi teu olhar, adivinhando a cor dos meus, Como vidente, depois das lentes Evidente, serpente encantada, Meu corpo rodeia o teu. Tudo o mais some, Olho no olho, mais perto. A composição para, abre a porta, aperto.  Entramos. Quase colados, calados,  close to close. Boca no teu ouvido, orelha pros meus lábios, Voz pra que só você ouça: Saravá, salve orixá! Oxalá! Ultra fashion your body dressing style, Modern bleu jeans. Vous le vous dancer, monsieur? Brinco brilha strás no lóbulo. Quase um ósculo... Bem te ví, Sabiá. Assovio na nuca, sensorio... Como furacão, vulcão, Bafo quente no cangote, Mote pra ferver o sangue. Leva fé rapazote, Não só o figurino Te faz star, Ícone Dean, estrela de fogo de artifício. Artes do ofício, talvez cio, Faz teu olhar luzir. Ao focar o meu, Ilumina o breu, Colore a cena, Anima o set. Segue a viagem em conluio. Sem juras explícitas, Conluio em estado de graça, a paixão. Conclusão: pára o vagão. Finda a sessão. Luz geral na cena. Sem a clássica cena do beijo final, Sem a ilusão do serão felizes para sempre. Vejo você se afastando, Rápido, na rampa, subindo, Sumindo na multidão, Como se em meio aos créditos, E, a câmara, escurecendo o quadro. Fade out. Sem letreiro dizendo: The End.