31.8.08





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Mesmo Breves
Brilham


23.8.08

DIAMANTES DIAS MUNDOS DAS MENTES DE AMANTES



Dar ao mundo diamantes das mentes.

Amar o mundo feito amantes, sem limites, incondicional,

Ofertar diamantes.

Amar sem a mente, sem mentiras.

Tirar a mente da frente, ir adiante,

Adiantar o mundo.

Mudar o modo de ver o mundo.

Dar ao mundo corações de diamante,

Corações amantes

Antes que o mundo acabe.

Cabem no dia mentes, amantes, diamantes.

Não cabe no mundo medo, dementes, mentiras, doenças.

Cabem no dia andanças, danças, crianças,

A crença de que o mundo tem cura.

Mudar a mente das crianças, plantar a semente,

Fazê-las crer que a cura do mundo

Esta em seus corações, puros, como diamantes,

E que, com eles, amantes de um mundo terno,

Ele será eterno.


19.8.08

VERÃO



Refazendo o caminho

Carinho ao repisar a trilha antiga

Cantiga entoada por ancestrais

Maestrais sulcos da recriada roça

Troça na hora dos folguedos

Brinquedos de pés nus nas águas limpas dos riachos

Cachos de uvas maduras colhidas da parreira

Correria de crianças Momento ternura

Tranças desfeitas ao vento

Pereiras Caquizeiros Alecrim Rolinha João de barro

Carreta de bois carregada de lenha rinchando rodas

Carreira de cavalos chucros

Apojo recém tirado do ubre da vaca, quentinho, grosso, sustante

Louro brando ao sol Milho verde assado na brasa do fogão de lenha

Soluções simples como sorrisos

Ovo saído cantado da galinha Abóboras de pescoço deitadas no canteiro

Lisos frutos maduros Caroço de pêssego Amendoim arrancado em rama

Puros sonhos compartilhados

Bodoque Libélulas Tacho de perada A matança do porco

Trilhados caminhos dentro do verde da mata

O finadinho O insubmisso O charque O circo A charrete

Farta pescaria de peixes tremeluzindo prata

Lebre Libra Verticot Pinico Xiribi Rebenque Palheiro

Desentortar pregos enferrujados no pedaço de trilho

Cão farejando toca de tatu

Jeca com enxada voltando na estrada

Mogango com leite Vassoura de guanxuma

Tirada água do poço para ao poente o banho Encher a talha

Lanho nas pernas de espinho ardido Roseta na sola do pé

Tremido jantar iluminado pela luz do lampião a querosene

Partido trem ao fim do verão

Perene amor de mãe esperando na estação.



5.8.08






PERDIÇÃO


Em qualquer canto do planeta
neste preciso momento
tem alguém vendendo a alma ao diabo.
Apóstata propondo por um punhado de dinheiro
cacife de aposta
proposta indecente
desonesta oferta de conluio em negociata
tratativa de agiotas
agenciando garotas
miando gírias
mascando misérias
mascarando dores
abrindo pernas
beirando barreiras
rompendo hímens
hifenizando abismos
hiatos de infância perdida
jogada como carne fresca para a fome de tubarões.

3.8.08

OFÍCIO



Que por si

O garimpar palavras

Liberte diamantes

Que o ofício da poesia

Propicie o pão

Mesmo que escalavre às unhas o mármore

Onde inscrever indelével

Versos leves, que elevem, relevem, revelem,

Levem longe

À música das esferas, à noosfera,

Amansem as feras,

Fale a línguas dos anjos, dos homens, das crianças

Alcance,

Faça a festa sem disfarce e a alegria contagie, anime, fantasie

Ponha a verdade nua em pêlo

Pelo zelo, pelo amor, pelo desvêlo

O relevante

Sol no levante, clarificando as mentes

Sem mentiras

Com cuidados de amante

Penetre a pele

Entre rente como melodia

Pelos sete buracos da cabeça

Roce o céu da boca semeando fertilidade

Passe pelos labirintos e, ao encontrar a saída,

Faça feliz às meninas que vivem em todos os olhos