11.5.08

ENCONTRO

Ato II

Soado intercomunicador, repetido, repartindo, truncando o desenrolar encantado da cena.

Acenando que era provérbio proveniente do próprio, zunindo dentro da bolsa, próvido, replicou, alheiando presença.

- Não pensa que por que estou te escutando vou volitar. Esqueça que me pertenceu, se por acaso passar por mim na lua, finja que não me riu, não terei nenhum lazer em latir para você. Acabou, você perdeu, eu te estranhei. Atirei fora o número da tua fraca intenção e doei a venda que te manteve, cão-guia, atrelado a mim. Você agora é lêndea.

Prestidigitando o aparelho, prismando-o à parte, falou:

Desentenda o que ouviu. Decomponha só o vogar volante do meu coração corisco.

Arisco momentâneo, mas pego por olhos amorosos, exibe juventude, justa, sem velos, a mente sã, talhada, trabalhada a ferros, expondo escultural musculatura máscula, construída, bem distribuída, de protuberâncias e reentrâncias exatas, proporcionalidades perfeitas, gestos concretos, gentis, graves, viris, de suave graça, perfeito vôo de garça, volta a pousar para repousar esgarçado no sofá, assistindo juntos, jactantes, o espetaculoso raiar do sábado, vindo em cores extravasado.

Nenhum comentário: