5.6.08

ENCONTRO


Ato IV

Vão ao vestiário valorar vestes válidas à vida vigente.

Leves, como anjos, descidos recém a terra, descobrindo os haveres, os prazeres de ser gente, misturam-se aos passantes, antes, roçando, livres, ao largo das convenções, das conveniências, administrando a sapiência dos que tem a consciência leviana e a gratidão por aptidões adquiridas no acúmulo das experiências provenientes de existências anteriores, sem serem pedantes ou redundantes, nos atos ou palavras proferidas aos ouvidos descuidados dos desavisados incautos, autos de fé no porvir, atos sutis, como plumas ao vento, de vaga lembrança, mas levados como fiança de que a aliança com o divino está presente e, só a passagem, mítica, dos seres, lhes diz que tudo vale, mesmo que cale pouco fundo no conturbado dia a dia, fia teia tênue entre o visível e o que não se sabe se existe, mas persiste, nalgum canto da memória, fiapos da retórica sussurrada, levada para casa, como jóia de inestimável valor, porque imperceptível, a ser guardada num pedacinho reservado somente para preciosidades, do peito dos humanos.


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