14.6.08

ENCONTRO

Ato V

Escorregaram de volta a bolha, felizes como esperanças, vertendo crianças por todos os porões.

Tão perto se sabem que jubilam-se em compactuar.

Acendem velas, incensos, banham-se demoradamente, alimentam-se de leves iguarias, inebriam-se de licores, tingem-se cores, envidados internam-se num mundo senso, tocados das peles transformadas sedas, pérolas, particulares especiarias, adamascados veludos, profundos oceanos de marinhos seres abissais, singrando aquática maciez de escarpelar às unhas, alturas aéreas, distendendo asas dilatadas, miríficas, meeiros da mesma miragem, voragem de internarem-se, inteiramente orgânicos em mundos orgiáticos, profanos, proficientes de margens tangíveis apenas pela imaginação cambiante de volátil aprofundar vigoroso em mina minerval, escorrendo lava vulcânica, orgástica urgência de eras de gestação no núcleo incandescente, indecentes, desejosos de dar ao outro o melhor, orgulhosos, mergulham-se e emergem eminentes.

- Estou inteiro, mas partido o id, o self, posso perder o prumo, os sonhos se contemplam revalidos.

- Tome minhas mãos e firme a vazante do instante, assim ele se eternizará no trono da revoada de riquezas revistas.

- Monarcas migratórias passeiam, hóspedes, pelos quadrantes de nossos mapas astrológicos.

- Loucos hunos invadiram a lógica do céu dos crentes, sem misericórdia.

- Medra em mim milagre mirabolante, a ser compartido, como o pão do sacrifício.

- Oreáde bosqueia flores ordinárias, na opulência do meu peito, para ofertar-te reverente.

- Gema essencial dos meus versos, âmago do mais puro, congela o fogo desta vela e desvela a rima.

- Encastoado em casulo encantado, o reverso é versátil ao câmbio e se apronta nubente ao nirvana.

- Nuanças macias perpassam a nulidade dos sentidos, faleço.

- Legitimemos o chamado, adiantada hora, deixemos o limbo investir épico, durmamos.

- Amém amor, amém!

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